top of page

NÃO SE COMPREENDE NINGUÉM, NUNCA, ESSA É NOSSA...
liberdade e triunfo
e não a nossa desgraça
Nada se abrange a contento - 
eis o desejo ou a saudade
e não o desespero e o distanciamento
Nada se tem a todo tempo
nem tudo se contém nun só espaço - 
eis o delírio do fragmento
e a sisudez absurda do completo
Ninguém se entende por inteiro - 
eis a razão em atropelo
e o nascimento do afeto

Ao longo das janelas mortas,

poema de Mario Quintana

“É CLARO QUE FOI TUDO PELA METADE,
eu fui meio forte, fui quase covarde,
daquela vez em que quase fugi.
Por outro lado, também por ali
vi parte de um vulto, foi pela metade,
uma sombra, um fantasma, que eu juro que vi,
Mas, pensando bem, acho que essa saudade
me faz ver um passado que não sei se vivi.
E, falando em saudade, não sei se a cidade,
no meio do dia, em meio aos civis,
que andam soldados aos bancos, nas grades,
alheios às praças, tão presos em si;
como eles, não vejo, de minha sombra, a metade,
nem a parte que chora, nem a parte que ri.
Foi tudo, eu sei, quase pela metade,
aquele amor verdadeiro... que eu quase morri...
o amor derradeiro... acabou, já era tarde,
e, vejam, no fim, sei que quase sofri.
Enfim veio a canção, uma saudade,
Uma inspiração ou talvez piedade
pela indecisão — pelo que deixei de sentir.
Por uma vida de graça,
que, pelo preço da praça,
por metade...
...eu vendi.

Gargalha desgrenhada e louca 
desdenha do mundo solta o cabelo
pinta a boca
prende a franja oculta um olho desfaz a pintura
range o dente troca a lente recolore a loucura
de preto reflexo um beijo no espelho
desmancha o cabelo desfaz o beijo
tira a roupa
E na triste fratura
Dos cacos da imagem no corpo cansado
Despencam os olhos
Triste miragem
Esconde em rasura em cínica fuga
as íntimas rugas do esboço do rosto
Desgosto...
e ri-se desgrenhada e louca
Reage!
De um lado
apruma o busto suspende a cinta
ajeita sugere a forma perfeita a calça que cava
e fere
Impõe-se o salto enrijece a coxa
O cansaço... se esquece
comanda:
"enrijece"
A unha é vermelha
O olhar é sangüíneo
A boca é roxa...

Varizes se escondam no prumo da posepois mais do que nunca agora ela todaé mais do que o mundoque todas as outrasGargalha e ri-se enfeitada e rouca!Todo orgasmo, toda volúpianessa hora é pouca...Nada contém o desenfreio absurdodo pacto da carne com o desejo surdoEspalha o gris sob a concha dos cíliosA lascívia e o gozo... são todos seus filhosEntalha um riso na face estupendaAssim desejada ela que se estendao desejo aos poros e em tudo se espalhe:"Que a luz imprecisa da impressão se acenda...

Se apague o sol, que o dia falhe!
Que o mundo inútil não mais trabalhe!
Que o mundo então vire
ilusão tremenda!"
Feroz e Profunda no abismo da fenda
Violenta e Fecunda a noite chacoalha
pra isso só baste querer
"é o que basta"
a papa lasciva que a língua arrasta
ao lóbulo lívido e lânguida espalha
promessas de terras de juras já gastas
a ética cíclica abrupta e falha
do choque cinético as Carnes que o início
o fim e o veio... a tudo embaralha

Sonhos da terra onde tudo se encaixa
A vaidade oscila se altiva ou rebaixa
de salto ou de quatro se orgulha do vício
sob o peso da farsa... é tão doce o suplício
À vida se entrega e rica ela sonha
pra tão doce sonho não há sacrifício
Extrai seu ouro do tolo artifício
quer se abafe no grito se oculte ou se exponha...
A prostituta sonha...
Desperta!
Sobre um copo na quina
dormira da bancada de um bar de esquina
a rua deserta
cinco da madrugada
Incerta
na lembrança embriagada
vê as noites enfiando-lhe abaixo a goela cerveja
Moeda ilusão porrada...
Só!
Ajeita a bolsa levanta toma estrada
atrás dela
revolve-se poeira... tristeza levantada
A poesia
é uma puta velha
nenhum homem por ela dá mais nada.

20150123_195140 (1)_editado_editado.png

A VIDA ESTÁ AÍ PARA ESTERILIZAR-NOS.

1
mas quem nos mata é o corpo
não os ultrajes, a dor e outras patifarias

inconclusas sem princípios

é o corpo quem nos acompanha
e nos convence dessa paulatina
morritude abscessa
e pífia

quem nos mata não é o vírus

mas a doença
essa debilidade que nos impede de ir
à esquina
esse ordinário impedimento – esse
escapar-se de
tudo que disseram
que nos era direito
(e mentiram vergonhosamente)

A vida é estéril ela mesma e não tem
nada a ver com isso
o trabalho – é grasso
o amor – é fraco
a fala – é submissa
os amigos – se enterram

(a eles mesmos...)s

2

é um inevitável engarrafamento de
todas as veias, todo dia
é o olhar para frente esperando
qualquer vício que substitua
um antigo
é o fim de noite consultando as contas
é essa falta de silêncio (embora em silêncio)

O mundo é uma pedra

em que puseram musgos
somente à espera de que se os raspassem, radiantes, em
oblívio,
e ela voltasse a ser ‘polida’
Mas quem nos resseca é o corpo
com o sono, que nos arremete à pausa
com as bílis que nos trazem o inferno
com os drenos que nos imobilizam
com o frio, a garganta, o medo,
as violências da infância,
que organicamente nos encaminham
pelas vielas mais estranhas possíveis.
é o corpo que engana a gente –
dizendo que não pode –

e quando já não pode mesmo – é hora de legar-nos

o verdadeiro finito
É o corpo que nos molda a alma
totalmente adstrita a meia
dúzia de endógenos e excremento

Inédito

Existe uma coisa em relação ao tempo e ao que somos

são poucos os que dizem "eu aceito"

pois todos querem mudar, e no fim mudam

para um maior defeito

que não podem comprar

E então nesse verso de versos quadrados de cílios enxutos eu vi meu fantasma de olhos bem pretos reflexo amargo cavando a saudade enterrando farrapos eu vi meu fantasma andando sem brio com a enxada sem estro usada ao contrário na fuga tacanha de outros fantasmas grudando na casca insetos gozando guardando feridas nos beijos das frutas chamadas ao vento sem ventre ou imagem verniz nos meus olhos meus olhos quadrados eu vi os fantasmas de olhos molhados chorando a vida sem vôo e saudade e vi na madeira da árvore esguia um riso de troça um riso engraçado a imagem de um moço cabeça pendida ao jugo do tempo cortada ao machado”

I’m a paragraph. Double click me or click Edit Text, it's easy.I’m a paragraph. Double click me or click Edit Text, it's easy.I’m a paragraph. Double click me or click Edit Text, it's easy.I’m a paragraph. Double click me or click Edit Text, it's easy.I’m a paragraph. Double click me or click Edit Text, it's easy.I’m a paragraph. Double click me or click Edit Text, it's easy.I’m a paragraph. Double click me or click Edit Text, it's easy.I’m a paragraph. Double click me or click Edit Text, it's easy.I’m a paragraph. Double click me or click Edit Text, it's easy.I’m a paragraph. Double click me or click Edit Text, it's easy.I’m a paragraph. Double click me or click Edit Text, it's easy.I’m a paragraph. Double click me or click Edit Text, it's easy.I’m a paragraph. Double click me or click Edit Text, it's easy.

PIC_0871 (1) (1).png

Canto do Rio ao Tom

Homenagem a Tom Jobim

Tell customers more about you. Add a few words and a stunning pic to grab their attention and get them to click.

​

This space is ideal for writing a detailed description of your business and the types of services that you provide. Talk about your team and your areas of expertise. 

Tell customers more about you. Add a few words and a stunning pic to grab their attention and get them to click.

​

This space is ideal for writing a detailed description of your business and the types of services that you provide. Talk about your team and your areas of expertise. 

Tell customers more about you. Add a few words and a stunning pic to grab their attention and get them to click.

​

This space is ideal for writing a detailed description of your business and the types of services that you provide. Talk about your team and your areas of expertise. 

Tell customers more about you. Add a few words and a stunning pic to grab their attention and get them to click.

​

This space is ideal for writing a detailed description of your business and the types of services that you provide. Talk about your team and your areas of expertise. 

Tell your visitors your story. Add catchy text to describe what you do, and what you have to offer. The right words can inspire and intrigue your audience, so they’re ready to take action on your site. To start telling your story, double click or click Edit Text. Tell your visitors your story. Add catchy text to describe what you do, and what you have to offer. The right words can inspire and intrigue your audience, so they’re ready to take action on your site. To start telling your story, double click or click Edit Text.Tell your visitors your story. Add catchy text to describe what you do, and what you have to offer. The right words can inspire and intrigue your audience, so they’re ready to take action on your site. To start telling your story, double click or click Edit Text.

I'm a paragraph. Click here to add your own text and edit me. It’s easy. Just click “Edit Text” or double click me to add your own content and make changes to the font. 'm a paragraph. Click here to add your own text and edit me. It’s easy. Just click “Edit Text” or double click me to add your own content and make changes to the font. 'm a paragraph. Click here to add your own text and edit me. It’s easy. Just click “Edit Text” or double click me to add your own content and make changes to the font. 

I'm a paragraph. Click here to add your own text and edit me. It’s easy. Just click “Edit Text” or double click me to add your own content and make changes to the font. 'm a paragraph. Click here to add your own text and edit me. It’s easy. Just click “Edit Text” or double click me to add your own content and make changes to the font. 'm a paragraph. Click here to add your own text and edit me. It’s easy. Just click “Edit Text” or double click me to add your own content and make changes to the font. 

bottom of page